O CATIMBÓ
A Jurema é uma árvore que floresce no agreste e na caatinga nordestina; da
casca de seu tronco e de suas raízes se faz uma bebida mágico-sagrada que
alimenta e dá força aos encantados do “outro-mundo”. É também essa bebida que
permite aos homens entrar em contato com o mundo espiritual e os seres que lá
residem. O Catimbó, envolve como padrão a ingestão da bebida feita com partes da
Jurema, o uso ritual do tabaco, o transe de possessão por seres encantados, além
da crença em um mundo espiritual onde as entidades residem. Para seus adeptos, o
mundo espiritual tem o nome de Juremá e é composto por reinados, cidades e
aldeias. Nestes Reinos e Cidades residem os encantados: os Mestres e os
Caboclos. “Cada aldeia tem três ‘mestres’. Doze aldeias fazem um Reino com 36
‘mestres’. No reino há cidades, serras, florestas, rios. Quanto são os Reinos?
Sete, segundo uns. Vajucá, Tigre, Candindé, Urubá, Juremal, Fundo do Mar, e
Josafá. Ou cinco, ensinam outros. Vajucá, Juremal, Tanema, Urubá e Josafá”.
Troncos da planta são assentados em recipientes de barro e simbolizam as cidades
dos principais mestres das casas. Estes troncos, juntamente com as princesas e
príncipes, com imagens de santos católicos e de espíritos afro-ameríndios,
maracas e cachimbos, constituirão as Mesas de Jurema. Chama-se Mesa o altar
junto ao qual são consultados os espíritos e onde são oferecidas as obrigações
que a eles se deva. As princesas são vasilhas redondas de vidro ou de louça
dentro das quais são preparadas a bebida sagrada e, em ocasiões especiais, onde
são oferecidos alimentos ou bebidas aos encantados. Os príncipes são taças ou
copos, que normalmente estão cheios com água e eventualmente com alguma bebida
do agrado da entidade
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