Reuniões e Festas
Uma “Mesa” pode ser aberta “pelas direitas” ou “pelas esquerdas”. Nas abertas
“pelas direitas”, só as entidades mais elevadas devem se fazer presentes.
Incorporadas elas dão passes, receitam banhos de ervas e defumações. Quando se
abre uma mesa “pelas esquerdas” qualquer tipo de entidade espiritual pode vir.
Os trabalhos não precisam, necessariamente, visar o mal de alguém, contudo,
aberto os trabalhos por este lado da “ciência”, já é possível devolver aos
inúmeros inimigos, que estão sempre a espreita, os males que estes possam estar
fazendo. Orações e saudações feitas, canta-se para abrir a "mesa" e chamar os
guias. Em algumas casas estes dão sua presença, afirmando que protegerão seus
discípulos durante a realização dos trabalhos. Subindo o último Índio ou
Caboclo, é o momento de todos, exceto o juremeiro-mor, se prostrarem de joelhos
no chão e pedir ao Juremá licença para entrar em seus domínios; é que os
“Senhores Mestres” já vem chegando... Os discípulos pedem benção aos Juremeiros
mais velhos na casa. Saúdam com benzenções a Mesa da Jurema e os artefatos dos
Mestres. A Jurema é dita aberta. Os Senhores Mestres começam a chegar. É o
momento das consultas que sempre têm clientela certa. Momento onde coisas sérias
são tratadas com irreverência, sem que no entanto percam a gravidade e o apresso
dos mestres e mestras, sempre prontos a ajudar a seus afilhados. Nos casos mais
graves, entretanto, o mestre logo marca um dia mais conveniente, onde poderá
realizar "trabalhos em particular". É assim que o mestre, traz os recursos
financeiros necessários para a manutenção da casa de culto e do seu discípulo.
Quando os Mestres se vão, chegam as Mestras.
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